Governo busca desenvolver potencial do turismo religioso no Tocantins

0
395
Foliões de Nossa Senhora do Rosário se reúnem durante a romaria - Mazim Aguiar / Governo do Tocantins

Em agosto ocorrem diversas celebrações pelo Estado que fomentam a cadeia do Turismo Religioso, entre elas a Romaria de Sucupira

Se julho é o mês da temporada de praia, agosto é o mês da fé. Neste período, ocorrem algumas das principais romarias e festejos do calendário católico, envolvendo um exército de festeiros, colaboradores e romeiros.

Toda esta atividade é reconhecida pelo grande valor cultural e potencial turístico. “O desenvolvimento do turismo religioso é uma das metas da gestão Wanderlei Barbosa, que reconhece a força desse segmento e a possibilidade de organizar e profissionalizar práticas já existentes nestes festejos”, explica o secretário de Turismo Hercy Filho, ressaltando o respeito aos conceitos éticos que devem envolver a atividade.

Foliões de Nossa Senhora do Rosário se reúnem durante a romaria – Mazim Aguiar / Governo do Tocantins

Origem

A história das cidades mais antigas do Estado passa, necessariamente, pela presença da Igreja Católica. Os primeiros não indígenas a colocarem os pés na região que hoje é o Tocantins foram integrantes de uma missão religiosa fundada pelo Frei Cristóvão de Lisboa, em 1625.

Natividade, a cidade mais antiga do Estado, fundada em 1734, preserva várias festividades centenárias, em especial a Romaria do Bonfim, entre os dias 6 e 17 de agosto. O Senhor do Bonfim também é reverenciado com peregrinações em Fortaleza do Tabocão e Araguacema.

Em Taguatinga, os Festejos de Nossa Senhora D’Abadia ocorrem este ano entre 11 e 14 de agosto, incluindo em sua programação as Cavalhadas, que relembram disputas político-religiosas medievais entre Mouros e Cristãos.

Veja mais:

Pressionado, Afonso Piva pede demissão do cargo de Secretário Estadual da Saúde do Tocantins

No Tocantins, campanha “Agosto Lilás” será lançada nesta terça (8)

Também localizada na região sudeste do Estado, Dianópolis, que tem seu surgimento ligado ao primeiro aldeamento indígena de toda a Capitania de Goiás, as Missões, em 1751, da mesma forma preserva sua tradição religiosa. Além de festejos realizados em outros períodos do ano, o mês de agosto é marcado pela Romaria de Sucupira.

Romaria da Sucupira reúne fiéis no sertão tocantinense, – Mazim Aguiar / Governo do Tocantins

Fé no sertão

As paisagens áridas do sertão tocantinense serviram de cenário para momentos de reflexão e espiritualidade entre os dias 2 e 6 de agosto, quando fiéis de Nossa Senhora do Rosário e do Divino Espírito Santo se uniam em preces e cantos para expressar sua devoção na Romaria da Sucupira. 

O evento, que acontece há mais de um século, é conhecido por sua rica tradição cultural e religiosa. Durante os cinco dias de celebração, os romeiros percorreram cerca de 35 km entre o local da peregrinação e Dianópolis subindo a serra em meio ao Cerrado seco. Uma caminhada que no passado já foi realizada a pé, como conta Gerci Nunes, de 98 anos. ” Eu andava tudo isso a pé, ia e voltava andando e dançado, feliz e grata. Venho à romaria desde os 8 anos de idade. Sou uma das romeiras mais antigas, mas hoje eu venho de carro.”

Durante os dias da romaria, o Cerrado ganha vida além da tímida florada do Ipê. Ao redor da grande igreja, uma pequena e agitada cidade se cria, com barracas de comidas típicas e atividades culturais que colorem a romaria de azul e vermelho respeitando as santidades celebradas, proporcionando momentos de confraternização entre os participantes.

Com a conclusão desta edição da peregrinação, os fiéis retornam para suas cidades repletos de gratidão e fé renovada. A Romaria da Sucupira permanece como um importante símbolo de devoção religiosa e valorização das tradições culturais do sertão tocantinense.

Deixe seu comentário