Javier Milei, político de extrema-direita, foi o mais votado nas eleições primárias deste domingo, 13, destinadas a escolher os candidatos presidenciais às eleições gerais de outubro na Argentina. As primárias indicam os representantes que vão concorrer no primeiro turno da eleição presidencial, no dia 22 de outubro.
Com 92% das urnas apuradas, Milei obteve cerca de 30% dos votos totais, bem acima do previsto. A principal coligação de oposição, Juntos pela Mudança, obteve 28%, e a atual coligação governamental, União pela Pátria, teve 27%.
Após a vitória, Milei afirmou:
“Hoje demos o primeiro passo para a reconstrução da Argentina. Uma Argentina diferente é impossível com as mesmas pessoas de sempre”.
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Milei tem 52 anos e é admirador do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Ele já disse que o Banco Central da Argentina deveria ser abolido, que a mudança climática é uma mentira, que educação sexual é uma manobra para destruir a família e quer tornar mais fácil a venda de armas de fogo.
O resultado representa o descontentamento geral da Argentina com a classe política. A inflação anual no país está superior a 100%, a moeda está em rápida desvalorização e o país presencia o aumento da pobreza. Atualmente, a Argentina é o maior devedor mundial do Fundo Monetário Internacional (FMI), com um programa de US$ 44 bilhões aprovado em março do ano passado para refinanciar empréstimo de 2018.
As primárias são uma sondagem nacional sobre a posição dos candidatos perante os argentinos para as eleições gerais. Com este resultado, Javier Milei desponta como um dos favoritos para assumir a presidência do país.