Exploração de minérios no Amazonas ganha destaque em programas de governo

Em meio à “quebra de braço” entre os governos federal e do Amazonas em torno das isenções fiscais do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM), políticos e especialistas alertaram sobre a necessidade de criar novas matrizes econômicas para o estado. Nesse sentido, a exploração de minérios e recursos naturais surgiu como a principal estratégia para manter empregos e impulsionar a economia local.

A pauta consta em propostas de governo de candidatos ao pleito deste ano. O senador Eduardo Braga (MDB), que almeja a chefia do Executivo estadual, o governador Wilson Lima (União), concorrente à reeleição, adotaram a estratégia, também defendida pelo candidato do PSOL ao cargo, Israel Tuyuka.

Braga, por exemplo, anunciou que pretende transformar o Amazonas em uma “potência no fornecimento de fertilizantes” a partir da exploração de silvinita em Autazes (a 113 quilômetros de Manaus). A Justiça Federal, no entanto, determinou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) leve adiante o processo de demarcação da terra indígena Soares/Urucurituba no município.

Os impactos socioambientais, além disso, não são citados ou recebem pouca atenção no debate. Na opinião do deputado estadual Tony Medeiros (PL), os efeitos nocivos da mineração ilegal no meio-ambiente são decorrentes da ausência de regularização da atividade.

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“A mineração já foi legalizada em estados vizinhos, como Rondônia e Pará. Várias cooperativas me procuram para conseguir a autorização, o que vai diminuir o impacto ambiental”, afirmou. A suposta omissão das autoridades em relação ao impasse, de acordo com o parlamentar, também incentiva o comércio ilegal.

“O lucro ilegal de ouro no Brasil, de janeiro de 2021 a junho deste ano, foi de R$ 44,5 bilhões”, exemplificou Medeiros, que disputa a reeleição. Também candidato a deputado estadual, o ex-governador do Amazonas José Melo (PROS) enfatizou que, caso eleito, vai defender no parlamento estadual a exploração de minérios e de produtos da Amazônia.

“O Brasil importa 98% do potássio da Ucrânia, da Rússia e do Canadá. Por causa da guerra, pagamos quatro vezes o preço do potássio, cuja quantidade no Brasil poderia sustentar 150 anos de agronegócio. É hora de acordar e explorar nossas riquezas de forma sustentável“, argumentou Melo em entrevista à Onda Digital.

Via redação, com informações de A Crítica e Infoamazônia

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