O caldo de cultura que formou a sociedade manauense é grande e envolve migrações ocorridas nos primórdios da ocupação portuguesa e as mais recentes, quando a cidade passou a receber refugiados de países conflagrados. No que importa, todos tiveram seus espaços respeitados e suas religiões devidamente reconhecidas.
Matrizes africanas
Em Manaus espaços dedicados a fé em religiões de matrizes africanas estão em todos os bairros e, geralmente, os líderes destes cultos acabam reconhecidos pelos manauenses raízes. Assim, são famosos os terreiros das Mães Joana, em São Jorge, e Zulmira, no Morro da Liberdade. Babalorixá, Joana era natural de Belém e no terreiro era também conhecida como Joana Galante. Igualmente respeita na comunidade e em toda a Manaus, Mãe Zulmira se tornou tema do enredo “Tambores, crenças e costumes Afro – Brasileiros – A benção, Mãe Zulmira”, levado a passarela do samba pela escola Reino Unido da Liberdade, que neste ano foi tetracampeã do carnaval manauense.
Assembleia de Deus
A principal denominação evangélica do País chegou a Manaus em 1917 pelas mãos do irmão Severino Moreno de Araújo, que após formar um pequeno “rebanho” de fiéis solicitou da igreja mãe, em Belém (PA), o envio de um pastor para desenvolver a igreja. Em 18 de outubro de 1917, embarcava em Belém, com destino a Manaus, o casal de missionários suecos Samuel e Lina Nystron. Em 1929, a Assembleia de Deus consegue sua primeira sede: na rua Duque de Caxias, hoje considerado o templo histórico da denominação, cujos templos se espalharam pela cidade sob inspiração de pastores como . Alcebíades Pereira de Vasconcelos e os irmãos Câmara, Samuel, presidente da igreja-mãe em Belém, e Jonatas, líder da igreja em Manaus.
Islamismo
A comunidade árabe em Manaus, formada a partir da migração de sírios-libaneses na virada do século XIX para o XX, é uma das mais tradicionais e antigas de Manaus, mas somente em 2012 foi construída a primeira Mesquita da cidade, que também foi a primeira da região Norte. O templo tem arquitetura Otomana, com destaque para o tradicional minarete, e abriga as cinco celebrações obrigatórias que o muçulmano tem que fazer diariamente.
Judaismo
Migração de judeus originários do norte da África também marcou a religiosidade do manauense. Aqui é principal templo é a sinagoga Beit Yaacov / Rabi Meyr fundada em 1962 por um grupo de judeus sefaradim originários do Norte da África. É uma das maiores e mais influentes sinagogas dos judeus da amazônia. A construção do templo foi financiada pelos empresários locais Isaac Benayon Sabbá, Samuel Benchimol, José Benzecry e Moysés Benarrós Israel.
Catolicismo
A presença da igreja católica em Manaus remonta ao período da ocupação, quando era habitada apenas pelos militares que viviam no forte de São José da Barra do Rio Negro. Neste ano a diocese da cidade se tornou a principal de toda a Amazônia, pois passou a ser liderada por um cardeal, Dom Leonardo Steiner. O cardeal da Amazônia, criado pelo papa Francisco agora em agosto, ocupa o mais alto cargo que um católico pode ocupar, sendo responsável por escolher novos papas e até mesmo ser eleito papa em um conclave. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, os católicos são a maioria dos fiéis cristãos de Manaus.
