Os conflito entre Israel e Palestina, que se estende há mais de 70 anos, tiveram novos episódios desde sábado (7), quando o grupo extremista Hamas realizou um violento ataque a Israel, deixando milhares de mortos e mantendo reféns.
A tensão envolve política e religião em sua origem. De um lado, o Hamas, grupo islamista palestino, quer a suspensão da colonização do território palestino e o fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza. Do outro ponto, Israel exige o seu reconhecimento como um estado judeu.
Embora essencialmente palestino, atualmente o Hamas não possui qualquer vínculo com o governo do país, tendo suas ações executadas de forma independente – e sem necessariamente o apoio dos palestinos.
Sua origem remete há mais de três décadas. Em um desdobramento da Irmandade Muçulmana, surgiu em 1987, o “Hamas” um acrônimo para “Harakat Al-Muqawama Al-Islamiyya”, em tradução livre: o “hamasa”.
O grupo Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina. O grupo também se recusa a dialogar com Israel, e ainda o define como seu objetivo libertar os territórios palestinos do dominínio israelense.
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Países demonstram apoio à Palestina
O conflito tem dividido opiniões mundo a fora. No Médio Oriente, milhares de pessoas participaram de manifestações de solidariedade para com o Hamas. Muitos apoiaram e incentivaram, direta ou indiretamente, as ações do grupo islâmico, pois culpam Israel pela violência praticada na guerra.
A Turquia expressou “preocupação com a violência” mas não condenou as ações do Hamas.
Em Iémen, milhares de apoiadores da Palestina celebraram o ataque surpresa a Israel.
O Libano foi o primeiro a “mandar recado” de apoio ao Hamas, com eventos liderados pelo Hezbollah, além das manifestações na capital do país, Beirute, e em outras cidades.
A vizinha Síria elogiou abertamente a incursão das milicias palestinianas.
Em declaração discreta e sem comprometimento, a Arábia Saudita pediu o fim da violência, mas referindo que as ações do Hamas são “o resultado da ocupação contínua e da privação dos direitos legítimos do povo palestiniano“.
Compartilharam do mesmo pensamento Kuwait, Iraque, Qatar e Omã.
O conselheiro do Líder Supremo do Irã garantiu que estarão “ao lado dos combatentes palestinianos até que a Palestina e Jerusalém sejam libertadas“.
Ocidente defende Israel
Em oposição aos ataques do grupo Hamas, os líderes da França, Alemanha, Itália, Reino Unido e EUA condenaram o Hamas por suas “ações terroristas”. Eles se comprometeram a apoiar Israel em seus esforços de autodefesa e na “proteção de seu povo“.
A Rússia não condenou diretamente os ataques do Hamas ou a contraofensiva israelense. Já a Ucrânia forte aliada dos EUA e de Israel, condenou o que chamou de “ataque terrorista” e disse que Israel tem todo o direito de se defender.
Imparcialidade
O Egito, o primeiro do mundo árabe a assinar um acordo de paz com Israel, tem importância para a relação entre Israel e Gaza, por conta de sua posição estratégica. O Egito, que faz fronteira com o Sul da Faixa de Gaza e controla quem atravessa as fronteiras, deu declarações condenando os ataques e disse esperar que “a voz da razão prevaleça“.
Outro país árabe que tenta assumir um papel estratégico para os dois lados é o Catar, que condena os ataques, mas declarou ser o mediador dos lados da libertação de mulheres e crianças.
Alinhado à Rússia no conflito da Ucrânia, a China também vem buscando não se envolver diretamente com nenhuma das partes.