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Câmara convoca ministro da Educação para explicar questões do Enem

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A pedido da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara aprovou na manhã desta quarta-feira (8) um requerimento para que o ministro da Educação, Camilo Santana, preste esclarecimentos sobre questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) consideradas equivocadas pela Frente Parlamentar da Agropecuária.

O requerimento foi protocolado pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que compõe a chamada “bancada ruralista”. Na justificativa, o senador elencou que são questões mal formuladas, “de comprovação unicamente ideológica” e “abordagens tendenciosas” nas questões 70, 71 e 89.

“A demonização da produção rural exposta no teste inclui uma associação absurda entre a produção de soja e o desmatamento da Amazônia, a superexploração dos trabalhadores e chuvas de veneno. É um claro ataque ao segmento, que precisa ser corrigido”, disse Heinze


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A expectativa é que o ministro da Educação compareça nos dias 21 ou 22 de novembro, segundo reportagem da CNN.

Os parlamentares do agro afirmam que foram apresentadas questões que não têm “critério científico ou acadêmico” e que “aguardam posicionamento urgente do governo federal”.

Segundo o texto do requerimento, a pergunta que mais chamou a atenção no exame foi a de número 89, que trata da atuação do agronegócio no Cerrado. O texto traz fatores negativos do setor, como a “violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”. As cinco alternativas disponíveis para resposta contêm outros elementos negativos que estariam relacionados com o agro.

Presidente do Inep nega “cunho ideológico”

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, rebateu as acusações de “cunho ideológico” e “doutrina” nas questões do Enem. Segundo ele, a prova não avalia opinião política, mas sim, interpretação de texto.

“O item de múltipla escolha tem por objetivo apresentar um estímulo ao estudante e captar sua resposta. Não se trata em momento algum de submeter o estudante a qualquer pergunta que leve a uma manifestação de concordância ou discordância com o que lá está escrito”, argumentou Palacios em sessão da Comissão de Educação da Câmara.

Palacios, no entanto, defendeu a objetividade da elaboração dos itens do exame.

“[Os elaboradores das questões] são professores que foram selecionados em 2020, e estão exercendo essa função até agora. Se há algum tipo de seleção enviesada, ela vem ocorrendo há muito tempo, porque, na verdade, não há nada além da seleção pública de profissionais da educação, por meio de critérios objetivos de currículo”, disse.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem da CNN, o ministro deve comparecer em audiências públicas de comissões do Congresso Nacional, caso os requerimentos apresentados nos colegiados sejam aprovados.

Além disso, para interlocutores da pasta, a reação comprova o desconhecimento por parte dos parlamentares do trâmite necessário para o desenvolvimento da prova — incluindo a contratação de uma banca, edital público de chamamento, banco nacional de itens, com processos consolidados e sigilosos.

 

*com informações da CNN Brasil

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