A sessão ordinária da Câmara Municipal de Manaus (CMM) repercutiu na maior parte do tempo a fala do prefeito de Manaus David Almeida (Avante), em que ele criticou a rejeição ao empréstimo de R$ 600 milhões à prefeitura durante a entrega de equipamentos a OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).
O primeiro a falar foi o vereador Marcelo Serafim (PSB), que já foi líder do governo de David Almeida na Casa. Marcelo exibiu na Câmara um momento do vídeo onde o prefeito diz que “vai fazer o povo perturbar esse pessoal [se referindo aos vereadores]”.
“O que se ouviu nos últimos dias foi o grito ensurdecedor das redes sociais e da sociedade perturbando não os vinte vereadores que derrubaram o projeto do senhor prefeito, mas o próprio senhor prefeito que teve as vísceras da sua administração exposta por ele mesmo, quando ele em um ato de rebeldia despropositada se achou como um monarca em uma monarquia, como uma ditadura. Mas o prefeito vive em uma democracia. E como uma democracia os poderes precisam ser harmônicos e independentes. O que nós vimos eram secretários municipais no horário do seu trabalho publicando em suas redes sociais, mensagens atacando os vereadores. E eles não atacavam a mim. Eles atacavam a essa casa, que teve a sua independência contestada e que teve o seu direito de dizer não ao senhor prefeito de Manaus”, disse Marcelo Serafim.
O vereador ainda propôs uma representação para que o prefeito de Manaus explique sua fala em plenário. Do mesmo argumento outros vereadores, trouxeram outros pedidos, como foi o caso de Capitão Carpê (Republicanos) que pediu um processo de impeachment.
“O artigo 92 da Loman (Lei orgânica do município) que prevê que o prefeito perderá o mandato caso atente contra a autonomia do município, o livre exercício da Câmara Municipal de Manaus e dos direitos políticos. Além desse discurso de ódio , ditatorial, mostra o destemperamento do gestor da cidade de Manaus. Aquele que deveria no poder da sua mão, no seu discurso, de organizar a cidade, é o primeiro que atenta contra a autonomia de uma casa. Atentou diretamente contra o livre arbítrio, o livre exercício, cabendo inclusive um pedido de Impeachment. Fere diretamente a constituição federal no que tange o princípio da separação dos poderes”, disse Carpê.
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Vereadores de situação também contra atacaram a oposição. Foi o caso do vereador Sassá da Construção Civil (PT).
“Infelizmente tem vereadores aqui na Casa que é um leão pra bater nos ‘outro’, mas é um gatinho pra pegar porrada! Eu tô aqui nessa Casa porque o meu eleitor é um eleitor fiel, é um eleitor trabalhador, se o vereador tem eleitor de rede social é um direito dele. O governador já emprestou dinheiro, o presidente Lula já emprestou dinheiro, o governador da Bahia já emprestou dinheiro. Só aqui, é questão política! Isso aqui foi uma decisão política, aqui tem 4, 5 lados”, disse.
O prefeito de Manaus informou que iria reenviar o pedido de empréstimo para a CMM ainda esta semana.
